Lua cheia (de esperança)
A Lua nos traz uma imagem preciosa a cada vez que está na fase cheia.
E também nos ensina a viver de forma equilibrada, com seu movimento contínuo - cheia, minguante, crescente, cheia novamente.
E sua imagem em noites de céu limpo, que inspira poetas e amantes, nos traz a exata noção de que o mundo em que vivemos também é estruturado em ciclos - ciclo da água, ciclo das estações do ano, ciclo de nutrientes, ciclos e fluxos de energia, ciclos de matéria.
Se prestarmos atenção em nosso organismo - nosso próprio corpo - veremos que também temos ciclos que mantém este organismo vivo e em constante transformação. As células se renovam, a pele é trocada, o que ingerimos de alimento e líquidos é transformado em energia e resíduos, e assim segue em seu funcionamento perfeito.
Porém, com o passar do tempo e da forma como resolvemos viver, nos distanciamos desse ciclo natural - esquecemos que somos animais, que somos parte deste sistema maior - a biosfera.
Neste sistema, não há desperdícios ou sobras. Há sim, funcionamento perfeito, equilibrado, em que fluxos e ciclos estão em constante movimento.
Este sistema é resiliente - tem a capacidade de voltar ao equilíbrio após ser afetado por impacto negativo externo. A água do rio, poluída, retoma sua qualidade quilômetros à frente. O ar também. Uma árvore cortada, rebrota.
E nós? Nós também somos resilientes. Se pegamos uma gripe, nosso organismo combate o elemento externo e retorna à sua situação de equilíbrio.
Mas nossa capacidade intelectual nos faz pensar - e agir - de forma insensata e desconectada deste sistema, como se fôssemos eternos, infalíveis, soberanos.
Não somos... somos parte, apenas UMA das partes destes sistema. Devemos agir, diariamente, como todos os outros elementos da natureza: resilientes, interdependentes, solidários, colaborativos, e iluminados.
A Lua nos mostra toda sua beleza em sua fase cheia. Mas ela também se recolhe, "murcha", "esvazia", para depois se tornar plena novamente.